Originalmente a fotografia já era carente de cores. Meu trabalho aqui era apenas ajustar o esquema de filtros e correções para que ficasse mais próximo do que meus olhos viam, minimizando os limites da lente. Embora a irônia implícita dispense qualquer pontuação, acho importante dizer que São Paulo nunca foi uma cidade sem cores para mim. Qualquer lugar que proporcione experiências, alegrias, dores, amores e crescimento pode ser tudo, menos monocromático.
Possívelmente o registro é de agosto de 2018, enquanto experimentava a câmera de um amigo da época. Depois disso, poucas vezes fotografei pela cidade e sempre com o celular. Era o meu novo começo, onde eu sempre quis estar, lutando pelo sonho da minha vida. Não deu certo...muito por minha culpa, um pouco por azar ou o que muitos chamam de "não era a hora" ou "não era pra ser". Acabou, deixou um vazio com o qual eu ainda sofro aprendendo como lidar e não sei se vai dar.
🧷Anotações
I. Algumas das minhas fotos favoritas tiradas ao longo dos últimos anos estarão reunidas nessa sessão. Sempre acreditei que cada registro é único, nunca genérico. Fotografias simbolizam o mais próximo que o nosso tempo chegou de imortalizar um instante, ou qualquer outra coisa. Não sei dimensionar a relevância disso, só sei que agrada aos olhos e faz o pensamento ir para lugares diferentes, inacessíveis sem este estímulo. Algumas fotografias são como chaves que decodificam sentimentos bem específicos. É pouco provável conseguir verbalizar com precisão o que e o quanto cabe em algo retangular, estático e tão comum nos dias de hoje.